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terça-feira, 19 de outubro de 2010

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Poemas de Sangue

Crônica de vampiro: a idade das trevas

Johnatan Endsaid II

Em certos pontos, uma história é apenas um amontoado de palavras cuja única utilidade é informar, mas até mesmo com algo como simples palavras é possível expressar o que existe de mais criterioso em cada momento e em cada alma do corpo daqueles retratados na historia. Esta, para aqueles que lêem é a historia de Johnatan Endsaid um nobre, que amou histórias por toda a vida e que mesmo após ela, manteve seu coração na arte de transformar palavras em mágica.

Eu nasci em 1756 em pleno inicio da guerra conhecida mais tarde como A guerra dos sete anos e sobe o reinado de Jorge II da casa de Hanover, felizmente uma dádiva para meu nobre Pai, pois o próprio rei lhe devia favores e meu pai já previa uma falência. Mudamo-nos então pra o condado agora conhecido como Endsaid nas proximidades do mar da Escócia, lugar belo onde eu passei metade da minha vida.

Em 1761 Meu pai, Conde Johnatan Endsaid estabeleceu nesses cinco anos uma solida negociação com os comerciantes locais, que pagavam impostos exorbitantes para poder tanto ter acesso ao porto, como comercializar e produzir nas áreas do condado, nessa época eu estava com cinco anos e foi quando eu comecei a receber minhas instruções na leitura e em todos outros quesitos dos quais um nobre tem saber, nessa época também já se começava a enraizar-se em nossas terras uma grande quantidade de moradores.

Tudo ia muito bem, ate que em 1763, o sucessor rei Jorge III, neto do rei Jorge II finalmente se deu conta daquele condado semi-independente da coroa inglesa e que não prestava contas ao reino, o rei demandou então que se prestassem reparações ao reino e que se tivesse um ato de perdão a coroa. Meu pai não querendo aceitar tais dispêndios de nosso já considerável tesouro, rumou para a terra das colônias (mais tarde conhecida como os Estados Unidos da América) junto à metade de seus criados e me mandou para Londres (devido a minha idade seria pouco provável de que eu agüentaria a viagem) onde eu viveria com o irmão de minha já falecida mãe, o parlamentar James Tanagar.

Tudo em Londres era muito diferente, do que eu já estava acostumado, existiam pessoas de mais, muitos cães pelas ruas, muitas prostitutas e dezenas de mendigos e punguistas. Era um lugar difícil para se viver, eu me contentava em apenas estudar as melhores obras literárias das quais eu podia encontrar, e adorava a parte em que Londres brilhava para os nobres onde havia dezenas de teatros, musicais e recitais. Eu estava no paraíso da arte, e minha paixão pelas palavras nunca foi mais bem respondida em outro lugar.

Minha vida mudou quando eu já tinha 15 anos e meu tutor na época havia falecido nas ruas de Londres, o que para mim foi ate certo ponto uma vantagem já meu nível de erudição já havia ultrapassado o ponto ao qual ele podia me ensinar, nessa época me foi apresentado meu novo tutor, Sir Matthew Flanagan, um homem ao meu ver na época de aparência contraditória, tinha traços finos ao mesmo tempo em que era muito robusto, mas com o tempo descobrir ser um dos homens mais inteligentes e influentes em Londres que eu já havia conhecido, além da conhecer das melhores literaturas, desde Shakespeare ate a mais desconhecida literatura das índias, ele sempre tinha informações sobre grandes artistas que estavam se apresentando e também era um excelente músico com quem eu aprendi a sublime arte do violino, de onde as histórias fluem mudamente sem que se precise de palavras para emocionar alguém, no entanto havia algo de muito peculiar em seus hábitos que eu tenho certeza só eram tolerados por ele já ter sido um cavaleiro da coroa e devido ao seu grande nome como erudito, iniciando pelo fato de que ele apenas lecionava a noite, me deixando na metade dos dias dormindo, ele também demonstrava ter uma idade avançada as vezes devido ao seu jeito de falar, o que seria impossível já que ele não aparentava ter mais do que 30, e as vezes suas conexões me pareciam um tanto inapropriadas, ao já o vi conversando com um infame líder de bandidos da região e houve uma vez em eu o vi tão ferido que não acreditei que sobreviveria, mesmo ele agindo como se os ferimentos não fossem nada, e no outro dia ele estava inteiro como se os ferimentos nunca tivessem existido, ele me pediu para guardar segredo sobre isso e que um dia esse tipo de situação seria bem entendida por mim, é claro que eu guardei o segredo e esperei ansiosamente pelas explicações, sem saber que eu esperava ansiosamente pela minha própria morte.

A vida continuou e os meus conhecimentos aumentaram meus hábitos noturnos já não incomodavam meu corpo já havia se acostumado com o estilo de vida de Matthew, dormir ao dia, estudar pela noite, e haviam os dias dedicados a diversão, sempre que havia uma boa apresentação lá estávamos nós, com o tempo os bons bordéis de Londres também se tornavam uma boa opção para noite ele não parecia apreciar muito, mas as garotas sempre trabalhavam com extras pra o “belo garoto ruivo e na flor da idade” (nos caso eu). Durante um já final de noite de certa vez, porém o meu mundo começou a desmoronar no dia em que eu conheci cammile, ela era uma linda garota irlandesa que no auge dos meus 17 me seduziu e roubou meu coração, ela não era um dos seres mais instruídos (e nem muito nobre, por ser irlandesa), mas sua beleza era algo esculpida nas melhores ferramentas divinas e isso foi o suficiente para que eu me entregasse por completo àquela garota, nós nos conhecemos durante uma reprodução de sonhos de uma noite de verão, uma das minhas peças favoritas, ela passou por mim durante uma pausa entre as cenas, e jogou seu lenço para que eu recolhesse, eu fiquei tão encantado por ela que a segui, esqueci da peça e me dediquei a cortejá-la. O tempo passou e cada vez mais eu ficava hipnotizado por aquela senhorita trocando ate mesmo grande parte das horas que passava com Matthew para estar com aquela senhorita.

Eu estava apaixonado, mas meu querido tutor começou a mostrar um sentimento que não sabia que existia tão violentamente em seu coração, o tal conhecido ciúme, às vezes tínhamos discussões violentas sobre como, segundo ele, essa senhorita estava atrasando meus conhecimentos, mas eu não me importava com isso e continuava apenas pensando nela, em seus cabelos dourados e seus olhos verdes como o mar da escócia, aos poucos e sem ver, eu fui dedicando cada vez menos tempo ao meu tutor, até que um dia ele simplesmente desapareceu.

Eu fingi não me importar com o fato de que um dos meus mais estimados amigos, havia ido embora, mas eu tentava ver as coisas positivamente, agora eu tinha todo o tempo pra me dedicar a minha amada camille, e agora eu só vivia pra isso, e com o tempo meu tio chegou a contratar outros tutores, mas poucos se igualavam ao meu antigo, não conseguindo assim minha atenção e logo sendo demitidos. Certo dia em um dos meus encontros noturnos com camille, eu cheguei a comentar o fato de que Londres começava perder sua graça e de que eu tinha vontade de rever meu pai no novo mundo, foi quando eu recebi a proposta que mudaria minha vida:

- Fuja comigo meu amado, e eu lhe prometo que te levarei ao novo mundo, mas devo avisar que este novo mundo será mais peculiar do que esperas!

A felicidade que se abatia em meu coração não poderia ser maior, além de poder ir a terra onde se encontrava o meu tão amado pai, ainda iria com a mulher que mais amei em vida, já estava decidido, em cinco dias nós partiríamos para o porto onde pegaríamos o navio e iríamos ao novo mundo, camille se mostrou nesses dias então uma faceta da qual eu não conhecia, pois a viabilização dessa empreitada não teve nada se não a ver com a própria influencia que passei a reconhecer, ela tinha por toda parte de Londres, me lembrou ate mesmo de meu tão querido tutor ate então totalmente desaparecido, então no dia 15 de julho de 1775 (eu agora com 19 anos) nos seguimos pelas sombras de Londres em uma carruagem ao navio que me libertaria (ou talvez não).

Nunca se pode contar que certos planos radicais como este dêem exatamente certo, infelizmente eu descobri isso tarde demais, em poucas milhas da fronteira de Londres fomos cercados por uma tropa da própria milícia britânica. O ataque foi violento e a última coisa a qual eu vi antes de desmaiar foi que minha Camille lutava pela própria vida.

Felizmente e com um alívio confuso eu fui despertado pela própria Camille, em meio a corpos de uma tropa inteira destroçada por algo que deveria ser um animal enorme, ao recobrar totalmente a consciência percebi que camille estava coberta em sangue e que me passou pela cabeça que havia cometido tal ato não fora outra pessoa se não a minha própria amada, o medo tomou conta de mim, eu não sabia o que dizer e nem como agir e eu estava paralisado com o quanto aquela cena me apavorava, a mulher dos meus sonhos já não tinha aquela beleza pela qual me apaixonei, mas naquele estado parecia o próprio anjo da morte, vindo me buscar, eu me lembro de palavras vagas saindo dos lábios de camille, ela me explicando que ela era uma vampira algo que acreditava existir apenas em lendas, e que ela havia vindo com a missão de me transformar em um também para que assim eu pudesse assumir o papel de meu pai como herdeiro de suas riquezas como um membro. Eu ainda permanecia paralisado, não havia o que fazer, meu destino estava nas mãos daquela criatura que também me tornaria um monstro como ela, um ser que suga sangue e é condenado a viver nas trevas, isso me aterrorizava e por um momento comecei pensar que até delirava quando a vi desaparecer diante dos meus olhos e avistar uma figura tão conhecida quanto ainda mais surpreendente surgindo da escuridão, Matthew, e então eu desmaiei novamente.

Horas depois, e diante de várias tentativas de acalmar-me, ficou claro o que havia acontecido de alguma forma, os vampiros dominavam o mundo pelas sombras desde o inicio dos tempos, e em algum lugar da America meu pai havia conseguido um considerável poder em recursos e influência, muito úteis para essas criaturas das sombras, com a morte de meu pai alguns deles viram uma chance de trazer para si esta riqueza, tendo dois grupos mandados subordinados para me achar em Londres, me transformar, e me entregar o meu legado no novo mundo, não havia mais tais sentimentos de duvida e tudo de repente fez total sucesso, neste momento eu apenas abracei o que era o meu inevitável destino e me senti como os personagens de minha principal paixão em vida, boas histórias, em que o personagem tem sem fatídico fim, ao fato de que ele não se importa, por ter vivido ao máximo sem nem uma mínima gota de arrependimento.

Mas era só o início...

Quase um ano se passou desde que eu me tornei o que agora eu sou em alguns dias o navio onde estamos, eu e meu mentor estaremos ancorando no meu novo lar, eu agora sabendo de minha condição como toreador, e rico proprietário de terras, e também uma criatura fadada a não-viver nas trevas.